7 Dicas para a volta às aulas dos pequenos | Mamis na Madrugada

As férias de nossos filhos já estão perto do fim, o ano escolar já está bem próximo do seu início e nesta contagem regressiva o sentimento de ansiedade afeta ambos os lados, pais e filhos. Na matéria do 7 dicas compartilharei alguns pontos que podem tornar essa volta às aulas um período mais tranquilo e sem muita agitação.

1. Preparação para acordar cedo: Existem famílias que deixam os filhos dormirem muito tarde e acordarem no meio da manhã durante as férias. Isso é bom no fim do ano já que todos estão bem cansados da rotina pesada dos últimos meses.

Uma boa dica é uma semana antes do início das aulas comece a regular esses horários novamente.  Leve o seu filho para dormir mais cedo, leia um livro ou conte uma história, não importa a idade dele.   Pela manhã, faça o despertar em um horário próximo ao que ele deverá acordar durante os dias letivos e programe uma atividade que o mantenha fora do alcance dos eletrônicos. Isto facilitará a não ter tanta correria e gritaria pela manhã em sua casa para ir à escola nos primeiros dias de aula.

2. Organização do material escolar e uniforme: Assistimos em jornais locais que especialistas em varejo aconselham os pais a não irem comprar o material escolar com seus filhos pelas diferenças de preços entre as marcas e preferências das crianças. Ir com outra mãe fazer a compra coletiva pode ser mais prazeroso pela companhia e interessante para o seu bolso. Agora ao chegar em casa, peça ajuda para o seu filho na hora de separar, etiquetar e organizar o material. Isto irá ajudá-lo a dar mais valor ao material além de já criar uma responsabilidade e cuidados com os seus pertences.

No caso da loja de uniformes é adequado levar as crianças para comprarem juntos. Elas crescem de um ano para o outro, assim podem experimentá-lo para não errar na numeração e na modelagem das peças de roupas. E já que não há muita variação nos preços dos uniformes, que são bastante caros, é importante que elas vejam o quanto foi gasto para novamente ter a responsabilidade e o cuidado de não perder casacos na escola ou customizar as camisetas da escola porque neste ambiente não é apropriado fazer isso.

3. Período de adaptação das crianças na nova escola: Podemos partir do princípio que a escolha da instituição de ensino que cada família fez para o seu filho foi muito bem pensadas de acordo com os valores e ideais que consideram importantes, além das visitas e entrevistas realizadas anteriormente. Assim a pessoa que levará e ficará com a criança no período de adaptação precisa estar bem tranquila e segura para passar essa confiança ao seu filho. Caso contrário a criança sentirá medo e insegurança de ficar naquele ambiente ainda estranho para ela. Outra informação fundamental é também não demonstrar euforia em excesso e dizer coisas exorbitantes sobre a escola como se fosse um parque de diversões. Deixe essa tarefa para equipe pedagógica da escola, é a função deles proporcionar um ambiente acolhedor para o seu filho. E também faz parte do processo de adaptação que a criança construa a sua própria imagem e formule a sua opinião sobre aquele novo espaço que será quase o seu segundo lar.

4. Mordidas: Uma situação bastante recorrente nos primeiros anos de Educação Infantil é a mordida. Alguns pais ficam angustiados, tanto sobre o mordedor quanto o mordido. A mordida pode ser entendida como uma maneira de socialização para expressar algo bom ou ruim. O primeiro passo é perceber o significado dela, algumas são representadas pelas crianças como demonstração de carinho já que alguns pais brincam de dar pequenas mordidinhas em seus filhos. E elas também podem ser percebidas negativamente quando há uma situação de disputa de um brinquedo, cansaço ou até forma de chamar a atenção dos outros. Mesmo ao entendimento de todos que nos primeiros anos de vida a criança vive a fase oral, onde é através da boca que chora, come e até leva objetos a boca como forma de brincadeira – a mordida deve ser evitada e repreendida com recursos didáticos adequados através de muita conversa e sem punição física. Se a essa fase continuar por um tempo considerável e repetitivo por vários dias, cabe à família ou a escola marcar um encontro para avaliar os possíveis motivos e chegarem a uma conclusão de ação para solução do problema.

5. Composição das listas de alunos na sala de aula: A equipe da escola faz reuniões específicas para compor a lista dos nomes dos alunos das classes de forma mais harmônica possível. É um trabalho muito árduo e difícil que envolve muitos critérios porque eles levam em consideração todas as características de cada criança para ter a possibilidade de convívio durante o ano todo com outras crianças. São pessoas bem preparadas para esse tipo de tarefa, afinal elas passam muitas horas do dia junto ao seu filho e tem instituições que levam em consideração até a opinião de outros profissionais da escola como inspetores e funcionários porque também observam seu filho em espaços comuns da escola. Logo no momento no qual a lista é divulgada aos pais, começa uma série de ligações telefônicas de reclamações para a coordenação por parte deles sobre a insatisfação dos colegas de classe do filho. Assim voltamos ao ponto 3 onde falamos sobre a confiança que você depositou na escola no dia da matrícula, ela deve continuar e o mais essencial é deixar o seu filho crescer um pouco, vivenciar outras experiências com novos amigos para ter a possibilidade de conhecer diferentes pontos de vista.

6. Fase da alfabetização: Antes mesmo de ingressar no 1º ano, as crianças já estão em contato com um mundo letrado seja na escola ou também essa aproximação ao letramento pode ser feita dependendo dos hábitos de cada família. A descoberta da leitura e escrita das palavras traz um lindo encantamento e grande ansiedade. Toda classe é heterogênea, em outras palavras, algumas crianças já conseguem no primeiro mês de aula estar alfabéticas enquanto outras ainda estão silábicas. E novamente, os pais devem ficar tranquilos porque a professora está habituada a este tipo de situação e sabe passar os exercícios corretamente para o seu filho alcançar os objetivos propostos da idade. No entanto, podem existir exceções, um conselho é sempre acompanhar esse processo de perto e se até o final do primeiro semestre seu filho encontrar dificuldades na leitura e escrita, procure marcar uma reunião na escola. Além disso, algumas atividades que os pais podem fazer em casa para ajudar o filho neste processo principalmente nas férias de julho: fazer leitura coletiva de livros infantis e depois fazer perguntas para eles escreverem as respostas; pedir ajuda para escrever a lista de supermercado; fazer passeios e ao chegar em casa sugerir a escrita de um diário.

7. Crianças comprometidas com o estudo: Muitas vezes nos deparamos com alunos em uma faixa etária, onde já são exigidos os sistemas de notas e provas, com muitas dificuldades de acompanhar o ritmo de estudo proposto pela escola. Nestes casos eles dão mais ênfase a parte social da escola como os amigos no recreio, fazem a cópia da matéria da lousa sem compromisso e estão mais interessados em acontecimentos que não envolvem os conteúdos pedagógicos. Aqui cabe uma intervenção severa dos pais para estabelecer regras da rotina. Na conversa seria conveniente destacar um conselho valioso para ter um ano mais leve em relação aos estudos, fazê-lo visualizar que se no primeiro semestre ele se empenhar bastante nos estudos, tudo será mais fácil porque a quantidade de matéria é menor, poderá tirar notas altas e ficar tranquilo para o segundo semestre onde a quantidade de matéria é maior, muitas vezes acumulativa, e o nível de complexidade dela também aumenta consideravelmente, sendo assim não precisa ficar tão desesperado em tirar uma nota bem acima da média porque já fez isto no primeiro semestre.

Estão todas prontas para o início do ano letivo? Um último conselho é não encare a escola como uma empresa que preste serviço para vocês, respeite a escola como uma parceira que compartilha a tarefa de ajudar o seu filho – o seu bem mais precioso – a ser um bom cidadão do mundo, assim vale a pena o nosso investimento financeiro e principalmente emocional.

 

Daniela Jarczun Fridman | Pedagoga, Psicopedagoga, Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental 1, mãe do Ariel e Ilan.

E-mail: danijfridman@gmail.com

 

 

 

 

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