Animais de Estimação & o Bebê | Mamis na Madrugada

Mais um pedido de grávida que deve ser prontamente atendido pelo marido: um animal de estimação peludo.

Sim. Agora há argumentos científicos que sugerem que ter um animal peludo na casa pode alterar a microbiota do bebê e favorecer bactérias do grupo, Ruminococcus e Oscillospira, que estão ligadas a um risco menor de alergia e obesidade em crianças.

Um artigo publicado recentemente na Microbiome analisou as fezes de mais de 700 bebês com 3 meses de idade de mães que tinham ou não animais de estimação. Eles primeiro separaram as mães de acordo com 4 cenários de parto: vaginal com antibiótico durante o parto, vaginal sem antibiótico, cesariana agendada ou cesariana de urgência. O que eles notaram é que ter animais de estimação impactava a microbiota de forma diferente nestes 4 cenários. Dentre os bebês que nasceram de parto vaginal, por exemplo, os que foram expostos à animais de estimação depois do parto possuíam menos Proteobacteria do que os que foram expostos antes do parto. E os bebês que nasceram por cesariana de urgência possuem menor riqueza de certas espécies de bactérias e mais abundância de Enterobacteriaceae e de Citrobacter. Mas independente do cenário, ter animais de estimação estava ligada a uma maior riqueza de bactérias Oscillospira e/ou Ruminococcus. Justamente as bactérias associadas a um menor risco de alergia e obesidade em crianças.

Porém, não compre seu cachorrinho ainda. Os autores não seguiram os bebês ou checaram se os mesmos teriam de fato menos alergia ou seriam menos obesos. Isso ainda deve ser estudado e comprovado.

E note que não pode ser qualquer animal, como iguanas, tartarugas ou um peixe dourado. Tem que ser um animalzinho peludo! Ou em inglês, “furry”. Então, você pode chegar e pedir um “furry pet” pro seu amor e ele não terá como negar.

Helder Nakaya | Professor de Farmácia da USP

 

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