Conforme prometido http://goo.gl/YK3Wmv, segue o próximo método para tentar evitar um colapso nervoso resolver conflitos dos filhos sem precisar apelar para gritos, suor e lágrimas.
Então a situação é a seguinte, seus dois filhos estão disputando um brinquedo (um pedaço de papel, a última bolacha, algum objeto não identificado, sua atenção) e a situação fugiu do controle e desandou para gritos, choro e violência, ou seja, pega pra capar mesmo. Você parte então para o segundo método 100% infalível com selo do Inmetro, ANVISA e vigilância sanitária (pra única família que testou). Chama-se “A repórter curiosa”.
Nesse método, diferentemente do primeiro, você não precisa apartar as crianças antes de começar. Você pega qualquer objeto que se assemelhe a um microfone (desde que não seja a varinha utilizada no último método para não rolar uma crise de identidade imaginária) e de novo, chama com todas as suas forças, o espírito da Meryl Streep que vive dentro de você. Com o microfone em mãos você sai correndo em direção a eles e começa com uma voz bem alta e urgente:
“Atenção, atenção! Estamos aqui no local onde o caos está instalado! Temos duas pessoas DES-CON-TRO-LA-DAS se estapeando freneticamente! Vamos tentar conversar com os envolvidos e descobrir o que está acontecendo!” Nesse momento você se vira para um deles e diz: “Senhor, você pode explicar pra nós o que está acontecendo, por favor?”
É nesse momento que a mágica acontece. Fiz uma incrível descoberta. Nós não nascemos apenas com o instinto de sobrevivência! Eu não sei o nome científico, mas todos nós temos um instinto de Diva, cujo gatilho é um microfone voltado para nós. Não importa a idade da criança, se ela viu ou não uma repórter na TV antes, se ela sabe o que é ou não um microfone. Na hora que tem um apontado pra ela, parece que tudo fica certo no mundo e com uma incrível paz interior, ela desembesta a falar.
“É que ele puxou da minha mão e era minha vez e não pode e não vou ser nunca mais amigo dele”
“Ok! E o que o senhor tem a dizer a respeito?” Aí você direciona o microfone para o outro filho.
O mesmo efeito mágico e calmante do microfone acontece para o outro filho:
“EU que tava brincando primeiro e ele tirou de mim e era MINHA vez e o (brinquedo, pedaço de papel, bolacha, sua atenção) é MEU!”
Se você tem babá, empregada, marido ou qualquer terceira pessoa presente que viu a cena, você pode incluir pegando seu depoimento como uma testemunha e vai saber melhor o que realmente aconteceu pra tentar resolver de forma mais justa.
Depois de tudo isso você começa com as perguntas pra resolver a situação tipo:
“Mas se estava com ele, você acha que a maneira mais correta de resolver a situação é arrancando da mão ou conversando para pedir a vez?”
“E que tal se você esperar seu irmão terminar de brincar por mais 2 minutos e depois ele te empresta?”
Existem infinitas variáveis e cada família vai saber qual a melhor sugestão para tentar resolver o problema, a grande questão é que colocando uma outra narradora para história e dando o microfone eles conseguem se enxergar por um outro ponto de vista e sentir que tem um canal para ser ouvido.
Se nem o método 1 e nem o método 2 ajudarem, você sempre pode usar o método 3 como carta na manga: o famoso colapso nervoso, mais conhecido como: “CHEGAAAAAAAA!”
Débora Hemsi Cuperschmidt, redatora publicitária, mãe e algumas outras coisas.