Só gente fala. Falar é exclusividade da nossa espécie.
É transformar sons em palavras recheando-as de sentidos.
Sentidos esses que vão se compondo durante a conversa, na relação entre as pessoas.
Isso vale para conversa com os bebês (mas esse papo fica para uma próxima publicação).
1. Estar com o aparato sensorial sem alterações (audição, visão, tato, olfato e paladar)
2. Ingerir alimentos em diferentes consistências: sólido (sim, sólido! Não vale citar bolacha. Sólido é considerado algo que não derreta na boca, exigindo mastigação, por exemplo: frutas como maçã, carne, legumes crus).
3. Ter força muscular (tônus) na região oro-facial.
4. Caso respire predominantemente pela boca, babando, tendo dificuldade de manter a boca fechada respirando pelo nariz (mesmo com orientação), vale uma consulta ao pediatra e/ou otorrinolaringologista para avaliar estruturas internas, como: amigdala, adenóide, septo nasal.
5. Especialmente para crianças pequenas: restringir o uso da chupeta aos momentos estressantes de fato. Não deixá-la acessível e de uso irrestrito. Como a chupeta é um excelente “calmante” (e a sensação de relaxamento é agradável a qualquer pessoa), pode funcionar muitas vezes como um “botão mute” (quando usada excessivamente), podendo contribuir para o atraso de desenvolvimento de fala.
6. Indico: Brincar junto (adulto ou criança), brincar sozinho. Falar em situações dialógicas e monológicas (sim! As crianças enquanto brincam sozinhas, falam sozinhas). Relacionar-se. Brincar de faz-de-conta. Brincar de jogos com regras. Brincar de esconder e achar. Brincar de criar brincadeiras com regras. Brincar com brinquedos. Brincar sem brinquedos. Ficar um pouco entediado e ocioso. Alternar entre o silêncio e o barulho.
7. Antes de falar (articular os sons da fala corretamente) os pequenos balbuciam e murmuram. Há uma expectativa de fala de acordo com cada faixa etária (respeitando o desenvolvimento neuropsicomotor). Porém o que há em comum entre todas as linhas que tratam do desenvolvimento de linguagem e fala é que se fale corretamente todos os fonemas até 4 anos de idade.
Malka Birkman Toledano | Fonoaudióloga Clínica, Mestre em Fonoaudiologia, Especialista em Linguagem, Psicanalista em Formação. Mãe de dois meninos que a inspiram 24h por dia há quase 8 anos.