Oi, filho! Como foi na escola hoje?”
“Tudo bem.”
“Legal”.
“Normal”.
ZZZ…
É muito comum a conversa morrer aí. Esse formato de pergunta diz pouco respeito à criança, pouco a toca e a envolve no assunto. Perguntas mais elaboradas, que puxam pela memória recente da criança, despertam maior vontade de ser respondidas. Além disso, formam um hábito de diálogo entre pais e filhos – tarefa nem sempre fácil para muitos de nós. Quando a criança percebe no adulto interesse verdadeiro pelo que ela fez, viveu ou sentiu, passa a ter nele uma referência de apoio, confidencialidade e escuta.
Que tal tentar novas formas, mais eficazes e mais envolventes, de fazer seu filho sair do laconismo e relembrar as experiências do seu dia?
- Se você pudesse contar para muita gente o que aconteceu de melhor na escola hoje, o que seria?
- Por que valeu a pena sair de casa hoje para ir à escola?
- De todos os seus colegas, qual foi o mais atencioso (ou engraçado, divertido, amigo, alegre, criativo, parceiro…) hoje? Me conte o que ele fez?
- Você pode me ensinar alguma coisa nova que aprendeu hoje na escola?
- Encontre uma razão para voltar amanhã e me diga!
- Qual foi sua melhor descoberta de hoje?
- O que você pode fazer para amanhã ser melhor do que hoje (principalmente quando o relato do dia não foi o mais positivo)?
Quando se estabelece um repertório de boas perguntas, ele começa a aumentar com fluidez, automaticamente. Você se dá conta de que suas perguntas não são mais respondidas com palavras únicas e que muitas vezes você sequer vai precisar perguntar. Seu filho contará com sua escuta e seus vínculos se fortalecerão.
Isso faz sentido para você? Vamos experimentar?
Suzana Nishie | Pedagoga, coach infantil, de pais e professores e, principalmente, mãe da Marina.
E-mail: coachsuzananishie@gmail.com
Verdade!
Outro dia perguntei para minha filha o que havia acontecido de mais legal escola e que ela mais amou!? Ela disse brincar com os amigos de gatinho e cachorro. E depois perguntei o que aconteceu de mais chato que te deixou triste!? E ela me disse que um amiguinho menor do que ela havia batido mo seu rosto e que chorou. Que ele batia em todo mundo. Depois me contou que a Diretora os chamou para conversar dizendo que não se pode bater nos colegas e que ele pediu desculpas. E que tudo foi resolvido!As perguntas demonstram afeto, carinho e nos permitem acompanhar dia a dia deles de uma forma natural.