Na verdade, em uma fotografia, essa cena pode suscitar dois tipos de debate, um mais generalista e talvez raso e outro mais complexo e individual. Se o que estiver em pauta forem os atuais valores da sociedade, podemos questionar, porque a cidade de São Paulo tem mais pet shop do que padaria? O que tem por trás dessa relação atual tão íntima entre os cães e seus donos, ou para usar um termo mais adequado, seus tutores?
Seria uma época individualista, fria e solitária a resposta para tamanha comoção com os bichinhos? (Que movimentam um mercado econômico agressivo!). Ou seria o próximo passo para a evolução humana? Os bichos tornando-se de fato os melhores amigos dos homens?
Por outro lado, as crianças levadas em coleiras em lugares abertos, seria o fim dos tempos? O sintoma máximo da falta de vínculo e afeto entre pais e filhos? Seria o retrato da falta de controle dos pais que precisam literalmente amarrar seus filhos para não os perde-los?
Acredito que nem uma coisa nem outra, em tempos de polarização dos debates, a resposta mais adequada é: depende!
Depende, se o cachorrinho está vindo como resposta a um profundo sentimento de solidão e precaução de sofrimento causado por outras pessoas (o que só esconde o problema e não é por si uma solução). O problema deixa de ser o carrinho e passa a ser o sofrimento humano, a descrença nas relações e não o carrinho em si!
Depende, se a guia usada para as crianças é usada em casos excepcionais, como no aeroporto. Onde o foco nos volumes, documentos e procedimentos, pode colocar em risco a segurança da criança por milésimos de segundos, que sabemos pode ser terrível…
Enfim, é válido carrinho para cachorro? Sim! É válida guia para crianças? Sim! O que não vale é a substituição das funções que cada um exerce na nossa vida! E também não vale fazer parte da patrulha de questionar a vida do outro ao invés de cuidar do próprio umbigo!
Não serve pra você?! Ótimo! Não use!