Mamis, em meio a esse turbilhão de dúvidas e informações contraditórias que estamos vendo por aí, pedimos para a Pediatra e Neonatologista Dra. Monique Catache escrever um texto para nos ajudar. Neste post ela explica ponto a ponto e tira todas as nossas dúvidas.
A Doença
- É uma doença viral (Flavivírus) transmitida pela picada do mosquito Aedes eagypti femea infectada. É o mesmo mosquito que transmite a dengue, chikunguia e zica. O vírus pode causar infecção em humanos e primatas (macaco).
- O período de incubação da doença é de 3 a 6 dias. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dores musculares e náuseas. Esses sintomas não são específicos e podem ser confundidos com outras doenças. Existe melhora em 3 a 4 dias. Após esse período, alguns pacientes podem apresentar piora evoluindo para as formas graves da doença.
- Não existe tratamento especifico para o vírus.
A Vacina
- A vacina é realizada a partir dos 9 meses de idade nas áreas endêmicas ou para pessoas que viajarão para áreas endêmicas. A partir de 2014, a OMS mudou a recomendação para 1 dose única na vida, que garante imunidade vitalícia, não importando a idade que foi realizada.
- São contra-indicações para vacinação: maiores de 60 anos (só após avaliação médica), hipersensibilidade à ovo, gelatina e componentes da vacina, imunodeprimidos, e menores 6 meses.
- Durante amamentação, a mãe pode ser vacinada se a criança tiver acima de 6 meses. Lactantes com crianças abaixo de 6 meses, tem que suspender o aleitamento por 10 dias, adotando técnicas que permitam estimular a produção de leite e garantir o aleitamento.
- A vacina administrada na rede pública e privada é a mesma.
A Dose Fracionada
- A vacina fracionada é uma estratégia recomendada pela OMS em casos de emergência e curto prazo. A dose integral é fracionada em 5 e administrada em 4 indivíduos (medida de segurança). A dose administrada mantem uma boa potência, pois ainda está acima da dose mínima recomendada OMS.
- A controvérsia está no tempo de cobertura dessa vacina. As recomendações da OMS é de aproximadamente 1 ano. O governo baseia-se em estudo ainda não publicado que mostra uma cobertura vacinal por 8 anos.
- Crianças menores de 2 anos devem receber a dose completa.
Certificado para Viagens Internacionais
- Vários países exigem o certificado de vacinação para viajantes provenientes de países onde existe a doença (Certificado Internacional de vacinação ou Profilaxia- CIVP). Com o atual aumento de casos em alguns estados brasileiros, o certificado passou a ser exigido por vários países.
- Vai viajar? Verifique as orientações para o país de destino https://viajante.anvisa.gov.br/viajante/
- O certificado é emitido nos Centro de Orientação para Saúde do Viajante da Anvisa, localizado em portos, aeroportos e fronteiras. Esses postos não administram a vacina.
- O cerificado não é liberado para vacina fracionada.
- A vacina deve ser administrada pelo menos 10 dias antes da viagem.
Dra Monique Catache | Pediatra – Neonatologista – Mestre em Pediatria pela Faculdade de Medicina da USP
Consultório em Higienópolis – Tel.: 3826-0933