Estamos diante de uma revolução no mundo que acontece de forma exponencial, numa velocidade nunca vista antes. As novidades surgem a todo instante trazendo ideias disruptivas e uma incerteza constante. Não temos mais certezas sobre nossas vidas, tampouco sobre o futuro. Os nativos digitais, parecem navegar nessa onda com muita facilidade, mas estamos todos mergulhados em tanta informação e superficialidade que está nos trazendo efeitos colaterais sérios, precisamos olhar cuidadosamente para isso.
Quando se trata da educação dos nossos filhos, as dúvidas só aumentam. Precisamos ficar atentos para os riscos da exposição, para os crimes, influências, assim como as questões de saúde e desenvolvimento, qualidade de vida e valores que serão construídos à partir das relações no mundo digital. O impacto dessa revolução já está sendo percebido no mundo, com o aumento da obesidade infantil, por exemplo. Nesse ensaio que vivemos sobre o que é certo e errado para nossas crianças, o que mais me preocupa é a infância roubada. Estamos antecipando atividades, conteúdos e hábitos que eram restritos ao mundo adulto e roubando a infância de nossos filhos.Todos sabemos que até os 12 anos, a criança precisa ser criança, explorar o mundo e a natureza, experimentar sensações, errar e aprender, desenvolver seu sistema motor, emocional e cognitivo, ou seja, viver no mundo. Enquanto eles se curvam diante do tablet, o mundo lá fora continua girando e a infância escapa, vai se perdendo. A infância é urgente e não pode esperar.
Precisamos colocar regras, horários, limitar e proteger dos excessos. Esse é nosso papel como pais, ter consciência e atenção plenas. Não temos como fugir da tecnologia, e nem é preciso, então usemos a nosso favor. Podemos interagir com nossos filhos também através dos jogos, filmes e atividades digitais, assim como, podemos ser criativos e sair do padrão “telinha”, promovendo vivências externas e reais. Isso exige de nós um olhar para nosso próprio padrão e comportamento, muitas vezes também estamos mergulhados nos eletrônicos e não vivendo experiências do mundo real. Se começarmos a contar o tempo da vida que dedicamos às “telinhas” ficaremos surpresos quanta vida está sendo jogada fora. Estar no momento presente é a arte do equilíbrio em diversas filosofias. Aqui e agora é tudo o que temos, a infância de nossos filhos só existe agora, nesse exato momento.
Fernanda Tonon | Psicóloga, coach e facilitadora de workshops de orientação vocacional e carreira. Atua na área de transformação digital e inovação com palestras e vivências para empresas, escolas e famílias. Mãe do Leonardo de 5 anos.
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