Trombose caracteriza-se pela formação de um coágulo na corrente sanguínea, no interior de artérias ou veias, bloqueando o fluxo sanguíneo. Quando ocorre em uma veia, chamamos de trombose venosa profunda (TVP). Quando ocorre em uma artéria, chamamos de trombose arterial e os mais comuns são o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto. A TVP pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas é mais freqüente nos membros inferiores. Se parte desse coágulo se desprende e segue na circulação, atinge outro órgão e esse fenômeno é chamado de embolia. É uma situação muito grave quando ocorre no pulmão.
Muito tem se falado sobre o risco de trombose com o uso de pílula anticoncepcional. Isso faz com que as mulheres se preocupem quanto ao tipo de pílula ou até quanto a outros métodos contraceptivos.
É importante saber:
– Nem todos contraceptivos hormonais aumentam o risco de trombose. Na realidade, os compostos combinados, que contém estrogênios, é que estão relacionados aos eventos vasculares, pois provocam o desequilíbrio no sistema de coagulação, aumentando o risco de formar trombo. Isso deve estar associado a outros fatores de risco também.
– Num universo de 10.000 mulheres, a trombose vai ocorrer em 2 ou 3 pessoas. Na vigência do uso do contraceptivo combinado com estrogênio, o risco aumenta para 6 a 9 pessoas.Portanto, o risco absoluto é baixo.
– Há fatores de risco para a trombose como imobilização por período prolongado, sedentarismo, tabagismo, gestação, puerpério, obesidade, câncer, diabetes,idade, reposição hormonal,alterações hereditárias ou adquiridas da coagulação.Isso deve ser levado em conta quando um método hormonal vai ser escolhido. Daí a importância de ser conversado com o seu médico sobre o contraceptivo mais adequado.
– No caso de pessoa com risco aumentado para trombose, por apresentar algum ou alguns dos fatores de risco citados acima , podemos lançar mão de outros métodos contraceptivos tais como pílulas só de progesterona, dispositivos intrauterinos (DIU),injetáveis trimestrais,implantes e métodos de barreira.
– O hábito de fumar eleva muito o risco de trombose nas mulheres que usam contraceptivos hormonais combinados, tanto para TVP quanto para AVC e infarto. Essa combinação de contraceptivo com estrogênio e fumo aumenta em oito vezes o risco de trombose. Pode ser até maior nas mulheres após 35 anos de idade, e principalmente se somado a outros fatores de risco como obesidade, hipertensão arterial, diabetes e sedentarismo.
Considerações finais:
– O risco é baixo mas qualquer contraceptivo com estrogênio pode aumentar o risco de trombose.
– Não há diferença de risco de trombose com o uso de contraceptivo cíclico tradicional e o de uso contínuo (para não menstruar).
– Não se deve fazer pausas para “descansar” da pílula .Isso acaba aumentando o risco.
– Nunca usar a pílula do dia seguinte associado ao contraceptivo hormonal. A sobrecarga hormonal aumenta o risco de trombose.
– Evitar longos períodos numa mesma posição, principalmente em viagens longas.É importante movimentar os pés,caminhadas periódicas, meia elática e ingestão de líquido.
– Sempre procurar orientação médica para o uso do contraceptivo hormonal.
Dra Deborah Steinmetz Elias | Ginecologista | CRM: 43019
E-mail: deborahelias@uol.com.br