A Daniela Jarczun Fridman, Pedagoga, Psicopedagoga, Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental, juntou neste post 7 dicas sobre Lag Baomer, a festa judaica que se aproxima!
1. Lag Baomer é celebrada no dia 18 do mês de Iyar. É uma festa judaica que seu nome significa “trigésimo- terceiro dia do Omer”. As letras em língua hebraica também têm valores numéricos. A palavra “Lag” é formada pelas letras hebraicas lamed (ל=30) e guimel (ג=3)), que juntas somam 33. “Baomer” quer dizer “do Omer“. O Omer é o período de contagem que começa no segundo dia da festa Pessach e se encerra com outra festa judaica denominada Shavuot. Ao todo o Omer dura 49 dias.
2. As semanas do período de Omer são marcadas como uma época triste, como um luto pelo gigante número de mortes dos alunos de Rabi Akiva que cometeram o erro de não ter respeito ao próximo e por isso foram atingidos por uma epidemia. Existe uma série de restrições a serem seguidas durante esta fase. Alguns exemplos são: não são celebrados casamentos; não se corta o cabelo e os homens não aparam a barba; e os mais ortodoxos não ouvem música.
3. Nesta Festa Judaica relembramos a história de vida de um dos grandes sábios do judaísmo, Rabi Akiva. A história de vida dele é muito bonita. Até os seus 40 anos, ele era um simples pastor analfabeto, conheceu uma jovem rica que enxergou nele um grande talento para os estudos. Ele se dedicou a esta capacidade e se tornou um enorme sábio com muitos seguidores. Viveu em uma época de perseguição aos judeus pelos romanos na geração após a destruição do Templo Sagrado. Ao serem proibidos de estudar a Torah, Rabi Akiva afrontou os Romanos, estimulando os seus discípulos a estudarem a Bíblia. Havia muitas desavenças entre os seus alunos e milhares deles morreram de peste nas primeiras semanas do período de Omer. E somente neste dia 33, os falecimentos foram interrompidos e Rabi Akiva reorganizou sua Escola de Estudos de Torá, com apenas seus cinco homens ilustres entre eles, Rabi Shimon bar Yochai.
4. Outro grande sábio que lembramos a sua memória em Lag Baomer foi Rabi Shimon bar Yochai. Ele foi o pioneiro a lecionar a Cabala e é o autor do texto famoso chamado Zohar. No dia de sua morte em Lag Baomer, Rabi Shimon comunicou aos seus seguidores que enfatizassem aquele dia como uma data festiva.
5. Uma lição muito valiosa que Rabi Akiva e sua esposa Rachel nos deixaram foi de uma situação vivida por eles. Certa vez, enquanto ainda era somente um pastor analfabeto, ao cuidar das ovelhas de seu patrão, encontrou uma pedra na qual um fio de água provocou uma fenda profunda e assim ele pensou: “Se gotas de água podem desgastar a rocha sólida, certamente as palavras de Torá terminarão por penetrar minha mente.” Assim Akiva estimulado por sua esposa Rachel a estudar a Bíblia, casaram-se, e ele fez valer a sua palavra de se dedicar aos estudos do Livro Sagrado. Deserdados pelo pai de Rachel, que não aprovava a união, os dois aguentaram anos de dificuldades financeiras com muito trabalho. No entanto, todo o esforço foi recompensado, ele se tornou um afamado mestre de Torá de seu tempo, agora chamado de Rabi Akiva com 24.000 alunos. E todas as vezes que algum aluno questionava sobre o seu enorme conhecimento ele respondia com o olhar de admiração voltados para sua amada esposa: “Tudo aquilo que consegui, e tudo que vocês conseguiram aprender comigo é pelo mérito dela.”
6. Quando mencionamos que os alunos de Rabi Akiva cometeram o erro de não respeitar uns aos outros, podemos tirar outra lição importante. Eles eram homens bem dedicados ao seu estudo e tinham uma grandeza enorme a ser destacada e as discussões mais fervorosas entre eles eram de ordem espiritual e não atreladas as questões simples do cotidiano. Aprendemos com isto que, cada ser humano tem seu próprio modo e forma de se conectar com D’us seja através dos estudos da Torá, cumprir boas ações ou da maneira que achar que está fazendo o correto. O ponto fundamental é amar ao próximo como a si mesmo!
7. Ao redor do mundo, todas as famílias judias com suas crianças em Lag Baomer costumam fazer passeios ao ar livre em campos, parques, praças e florestas. Nestes lugares acendem fogueiras, levam alimentos para usufruir deste fogo, cantam e ouvem música ao seu redor e brincam com arcos e flechas. É uma festividade que abre uma exceção de não necessariamente ir à sinagoga e rezar igual muitas outras ocasiões judaicas.
Daniela Jarczun Fridman | Pedagoga, Psicopedagoga, Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental 1, Professora particular de Português, Inglês e Hebraico, mãe do Ariel e Ilan.
E-mail: danijfridman@gmail.com