Iom Kipur é mais conhecido como o Dia do Perdão. Pelo calendário judaico a data acontece no décimo dia do primeiro mês chamado Tishrei. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum total de 24 horas, que neste ano iniciará no final da tarde da terça-feira (18/09) e se encerrará na quarta-feira ao anoitecer. É recomendado que as meninas de 12 anos e os meninos após os 13 anos já podem tentar jejuar neste dia. As mulheres grávidas e recentes mamães que amamentam não são indicadas além de outros casos quando a pessoa tem uma saúde mais sensível e necessita de medicamentos de rotina.
Muitos devem estar se perguntando, mas porque existe apenas um dia específico para pedir desculpas? Isso não é totalmente verdade. Ao longo de todo o ano nós somos sujeitados a probabilidade de cometer erros voluntária ou involuntariamente. O processo de arrependimento para recorrer ao bem não acontecerá em um passe de mágica de 24 horas. No último mês do calendário judaico chamado de Elul, os judeus têm como tradição ouvir o toque do Shofar todas as manhãs e desta forma já ocorre uma preparação para a grande reflexão de seus atos.
Em Iom Kipur existem algumas outras proibições além de comer e beber, principalmente água. Neste feriado os judeus optam por não vestir calçados de couro, evitam manter relações conjugais e procuram não usar muitos produtos de higiene e beleza. É um dia tão sagrado que as pessoas judias mais observantes cumprem a proibição de não utilizar nenhum tipo de eletrônico ou algo que gera energia elétrica.
A grande provocação das proibições citadas no parágrafo anterior é gerar uma angústia no corpo físico para dar preferência às questões da alma. Sob o ponto de visto judaico, homem integra dois desejos, que ao ser traduzido da língua hebraica para o português, ganha o sentido de o bom e o mau. No entanto, é algo mais abrangente e significativo. Podemos definir que temos o desejo de realizar as coisas corretamente de acordo com a nossa alma e também possuímos o desejo de seguir os próprios instintos ligados diretamente ao corpo. O fundamental nesta perspectiva é propor o desafio de equilibrar os anseios do nosso corpo com a sabedoria de nossa alma.
Em Rosh Hashaná pedimos à D’s que sejamos inscritos no Livro da Vida e em Iom Kipur rezamos para sermos selados por Ele no mesmo Livro. Neste intervalo de dez dias entre os dois feriados se espera que as pessoas tenham feito várias reflexões, boas ações, aceitações de perdão e pedidos de desculpas principalmente ao próximo. É aqui que se dá o marco zero onde se anula os acontecimentos anteriores e reinicia um novo ciclo com modificação de conduta pessoal através da tomada de consciência de seus próprios atos como consequência de suas responsabilidades.
Assim após termos cumprido o jejum, pensar em nossos arrependimentos e conserto de nossos erros, D´s nos purifica e temos o mérito de receber a sua benção com os votos de GMAR CHATIMÁ TOVÁ ( TENHAMOS UMA BOA ASSINATURA NO LIVRO DA VIDA) !
Daniela Jarczun Fridman | Pedagoga, psicopedagoga, professora particular de disciplinas do Fundamental 1
E-mail: danijfridman@gmail.com