Hoje, dia 1 de fevereiro, muitas escolas particulares estão abrindo suas portas e vamos mostrar por que essa abertura é mais do que necessária:
1- Saúde emocional das crianças – 1 ano sem ir pra escola presencialmente teve um impacto emocional tremendo nas crianças. A escola ocupa um espaço muito grande e importante na vida das crianças, um espaço só delas, separado da família, que foi perdido. Essa perda não teve apenas impacto educacional mas também emocional já que as crianças não puderam socializar (e aprender com a socialização). Os impactos disso estão aí: crianças angustiadas, ansiosas, um aumento na procura de psicólogos entre outras alterações comportamentais.
2- Desigualdade entre escolas públicas e privadas – A diferença na educação entre escolas privadas e públicas que já era grande, agora tornou-se um abismo. Por mais que as aulas online não fossem ideais, a maioria das escolas privadas ainda conseguiu passar conteúdo para as crianças, já nas públicas o que foi oferecido foi muito menos. Em alguns casos em escolas municipais, quase nada.
3- Déficit educacional – O aprendizado obviamente foi muito prejudicado. Já se sabe que podem demorar até 4 anos para conseguir recuperar o que foi perdido em 2020, mas o prazo pode ser ainda maior se as escolas permanecerem por muito tempo com 35% de presença ou com outros “abre-fecha” nesse ano.
4- Evasão escolar, alimentação e problemas sociais – Muitos alunos, principalmente de ensino médio, acabaram saindo da escola e esse número pode aumentar ainda mais. A escola também, muitas vezes é a principal fonte de alimentação das crianças e esse prejuízo também foi sentido. Com as quarentenas e escolas fechadas também houve aumento nos índices de violência doméstica e outros tipos de abuso. Existem ainda outros impactos sociais negativos ainda serão percebidos no futuro, aumento de violência, aumento de crianças sem formação, aumento de crianças envolvidas com drogas, subnutridas, etc…
5- Incoerência – Fica ainda mais difícil aceitar as escolas fechadas trazendo esse monte de prejuízos ao vermos baladas abertas, transportes públicos lotados, eventos acontecendo, campanhas eleitorais, cursos de inglês e outros extracurriculares permitidos, bares abertos, enfim, a cidade toda funcionando normalmente enquanto as escolas ficam desamparadas, colocadas em último lugar, quando deveria ser o contrário.
6- Exemplos de outros países – Nenhum outro país do mundo manteve as escolas fechadas por tanto tempo como no Brasil. Inclusive, em muitos deles, tudo fechou menos as escolas, justamente o contrário do que aconteceu aqui. E já foi provado que as as escolas abertas não tiveram impacto significativo na pandemia.
7- Crianças não são super disseminadoras – No começo da pandemia, se passou a ideia de que crianças assintomáticas seriam grandes disseminadoras do vírus. Isso não apenas não se provou verdadeiro como já chegaram a conclusão de que crianças e outros assintomáticos passam muito menos vírus do que os sintomáticos, já que possuem carga viral infinitamente menor. Além disso, a grande maioria das crianças responde muito bem ao vírus, inclusive, estatisticamente tem um índice de mortalidade bem menor do que à influenza.
Ainda existe mais um motivo extra que colocarei aqui:
8- Malefícios do longo período na frente das telas – Sempre ouvimos o quanto era ruim para o desenvolvimento das crianças ficar muito tempo na frente das telas, fossem nos tablets, tvs, computadores video-games ou celulares e em 2020 eles foram forçados a passar várias horas sentados na frente delas para poder ter aula ou ver os amigos. Não só trouxe prejuízos emocionais como também físicos, já que houve um aumento enorme de crianças míopes que agora precisam usar óculos, como houve aumento nos índices de obesidade, entre outros.
A infância é muito curta e tem dia e hora para acabar. Já sabemos o suficiente sobre o vírus para entender que as escolas abertas (seguindo os protocolos já conhecidos) não são os grandes vilões dessa pandemia e que a importância das escolas para a vida e desenvolvimento das crianças é mais do que essencial, é um direito.