Dois assuntos que à primeira vista não parecem ter algo em comum, mas que, na verdade, se relacionam, são gravidez e saúde bucal.
É muito comum para a mulher na fase inicial da gravidez, marcar o pré-natal e já adiantar os exames de tipagem sanguínea, urina, entre outros cuidados necessários principalmente no primeiro trimestre.
Porém, grande parte das gestantes sequer imaginam que existe o pré-natal odontológico e que ele também é muito importante durante a gravidez.
Segundo uma pesquisa feita por Santos Pinto et al. em 2001 com 237 gestantes residentes de Araraquara, apenas 33% receberam orientações sobre o assunto – diferente de outras especialidades, como a recomendação de lente nos dentes.
Isso evidencia que pouco se sabe sobre esse tipo de acompanhamento, mas sua relevância se dá tanto para assegurar a saúde bucal da gestante, como do bebê.
Afinal, por quê fazer esse acompanhamento?
Os motivos pelos quais as gestantes precisam incluir o acompanhamento odontológico durante a gestação, são:
- Contribui para o bom desenvolvimento do bebê;
- Mantém em dia a saúde bucal da mãe;
- Traz mais segurança e tranquilidade na gestação;
- A postergação do pré-natal odontológico pode causar danos e imprevistos.
Cáries, gengivite, e outros exemplos de problemas bucais podem ter diversas causas, como: falta ou negligência da higiene bucal, consumo excessivo de alimentos considerados nocivos para os dentes, tabagismo, e também uma causa dificilmente lembrada: hormônios, ou melhor, a alteração deles.
Um sintoma muito conhecido pelas gestantes antes de descobrirem a gravidez e no início dela, o aumento dos hormônios atuam diretamente nessa fase, provocando algumas mudanças, tanto físicas quanto emocionais.
No caso das mudanças emocionais, é super recorrente que grávidas se sintam mais estressadas e sensíveis, especialmente na reta final da gestação e esses sentimentos são porta de entrada para hábitos ‘’de emergência’’ como uma forma de alívio.
Esses hábitos, como o aumento do consumo de açúcar, balas e chocolates; e os desejos incomuns, como de bebidas ou alimentos ácidos e cítricos, têm relação direta com a saúde dos dentes, sem contar os enjoos e sensibilidades, como é o caso do creme dental e enxaguante bucal, que passam a ter gostos incômodos.
Então a gravidez contribui para problemas bucais?
Não necessariamente a gravidez, mas as alterações que ela provoca no corpo da mulher.
O surgimento de cáries, por exemplo, não está relacionado ao período de gestação, e sim às consequências dos enjoos e menor capacidade estomacal, que fazem com que a gestante coma menos durante as refeições.
Porém, isso aumenta a frequência delas, e essa rotina ligada a pequenos descuidos com a higiene bucal e então, favorece o aparecimento das cáries.
Ainda sobre os enjoos, os vômitos decorrentes podem provocar o desgaste do esmalte dos dentes, podendo ser necessária a busca por clareamento dental preço.
Outra situação que é bastante recorrente na gravidez é o amolecimento e enfraquecimento dos dentes.
Especialmente na reta final da gestação, o corpo produz mais relaxina – hormônio responsável por preparar o corpo para o parto – e, esse hormônio atua relaxando os ligamentos e articulações na pélvis, interferindo também nos ligamentos periodontais, ou seja, as raízes dos dentes.
Em casos mais delicados, onde o enfraquecimento dos dentes evolui para uma provável perda dentária, a prótese fixa é um tratamento indicado e pode ser uma boa opção para ter de volta uma mastigação sem esforços.
Prevenção e cuidados para evitar infecções
A gravidez é um período delicado, que exige uma série de cuidados e acompanhamentos ginecológicos e também odontológicos, que cuidarão para que tanto a mãe quanto o bebê permaneçam saudáveis.
Existem algumas dicas para cuidar melhor da saúde bucal durante a gravidez, ou ainda, se a gestante já tiver realizado procedimentos como implante dental:
- Evitar o consumo excessivo de doces e alimentos industrializados;
- Escovar os dentes e usar fio dental após as refeições;
- Beber água e se hidratar constantemente;
- Fazer acompanhamento periódico com um dentista.
Também é essencial que a clínica ou consultório escolhido seja especializado no atendimento de mulheres grávidas.
O bom é que grande parte dos consultórios que trabalham com aparelho invisível e outros tratamentos, contam com especialistas qualificados para proporcionar o melhor atendimento e aconselhamento para a gestante.
Além disso, é recomendado levar o bebê ao dentista assim que os primeiros dentes de leite surgirem, normalmente nos primeiros seis meses.
Como qualquer especialidade médica, não é recomendado esperar imprevistos para recorrer a atendimentos, e sim manter um acompanhamento de rotina para manter a saúde em dia e evitar preocupações futuras.