Crianças que andam na ponta do pé | Mamis na Madrugada

A maioria das crianças começam a andar sozinhas mais ou menos entre os 11 e 16 meses com os pés planos nos chão. Mas, algumas crianças andam na ponta do pé, começando com o apoio quase todo nas pontas. Esse padrão de marcha normalmente desaparece após 6 meses que ela começou a andar ou, em outros casos, até o fim do terceiro ano de idade ele praticamente some.

Quando isso persiste após os 3 anos de idade…

Quando isso persiste após os 3 anos de idade, a criança normalmente consegue ficar em pé com seus pés planos no chão quando esta parada, mas assim que começa a andar ou correr ela o faz nas pontas dos pés. Isso é o que chamamos de marcha digitígrada.

E quando já foram feitas avaliações com os médicos ortopedista, pediatra e neurologista, sem diagnóstico/causa para justificar o que esta acontecendo, e o que chamamos de marcha digitígrada idiopática. Isto quer dizer que a criança anda na ponta dos pés sem causa conhecida.

Estudos sobre o assunto

Ainda não há estudos suficientes, ou alguém que tenha descoberto porque algumas crianças preferem andar sobre a ponta dos pés. Mas sabemos que em comum a maioria dessas crianças andam com joelhos extendidos (ou quase), andam na ponta dos pés com os dois pés, conseguem ficar em pé com os dois pés retos no chão, tem o físico adequado para manterem-se brincando com outras crianças da mesma idade e comumente tem alguém na família que também andou na ponta dos pés quando era criança.

Crianças que andam na ponta do pé

Muitas vezes as famílias não buscam ajuda profissional quando notam que a criança sempre anda na ponta dos pés. Algumas até acham “bonitinho andar como bailarina” ou dizem o quanto “é fofo ele sempre alegre e saltitante”.

Mas a falta de avaliação e orientação por um profissional da área pode levar a diversas desordens músculo esqueléticas.

O quanto antes esse padrão for identificado, mais fácil será a prevenção de problemas musculares. Isso porque as crianças que andam constantemente nas pontas dos pés podem desenvolver encurtamentos de tendões e músculos da parte posterior das pernas e com isso acontece a diminuição da amplitude de movimentos dos tornozelos. Também pode ocorrer diminuição de forca dos músculos da parte anterior das pernas. O que acaba se tornando uma bola de neve, pois fraqueza somada a encurtamentos causara mais dificuldade para colocar os calcanhares no chão.

 

Calçado Ideal:

A procura pelo calcado ideal também e uma preocupação constante entre pais e profissionais. Um calcado apropriado deve ser escolhido com calma, e ha de se fazer testes, pois ele não vai corrigir o problema mas pode ajudar a criança a manter os calcanhares mais próximos ao chão.

Para essas crianças e preciso lembrar de alguns detalhes importantes quando forem procurar novos calcados:

  • sapatos mais firmes ou rígidos são sempre melhores do que aqueles maleáveis ou macios especialmente na parte do meio da sola;
  • a parte de trás do calcanhar deve ser forte e rígida para não permitir que se dobre ou que pisem em cima;
  • calcados de cano alto (ou pelo menos os que vão ate os ossinhos laterais acima do tornozelo) e com sola ampla (que apoie toda a sola do pé) oferecerão sempre um melhor suporte para os pés.

 

Tratamentos

Na maior parte dos casos as crianças com marcha digitígrada não precisam de cirurgias. E os tratamentos tao importantes podem servir para corrigir ou para prevenir que piore.

Durante o tratamento são trabalhados alongamentos, fortalecimentos e algumas vezes os médicos indicam também a utilização de gessos ou órteses.

Há linhas de tratamento que utilizam de injeções de Toxina Botulínica A no intuito de diminuir a forca do tendão e músculos do calcanhar. Com isso, prevene o andar na ponta dos pés.

E a fisioterapia trabalha com intensidade todos os pontos importantes para minimizar os riscos de alterações posturais futuras e da orientações sobre os melhores exercícios ou atividades que devem ser feitos em casa.

E importante lembrar que nem sempre e possível conseguir um padrão de marcha “perfeito”, mesmo apos tratamentos. Pois tudo depende da intensidade do padrão, do seguimento de orientações em casa e do tempo que demorou para a criança passar por avaliação e receber o tratamento adequado.

 

Shirlei Fridman Rosenberg | Fisioterapeuta

Crefito 3/35831F

Contato: shifrosenberg@gmail.com | (11) 99928.1888

 

Compartilhe