As trocas na fala, como a do Cebolinha e de muitas outras crianças que conhecemos, é motivo de preocupação de pais, professores e de grande parte das queixas ouvidas pelos fonoaudiólogos em seus consultórios.
Isso porque o encaminhamento precoce para o diagnóstico e tratamento fonoaudiológico, além de diminuir o risco de ocorrerem dificuldades também no processo de alfabetização, minimiza os impactos trazidos pelas falhas de comunicação entre a criança e os seus interlocutores.
Assim, listamos 7 dicas que podem auxiliá-los a perceber se seus filhos podem estar com “trocas na fala” que merecem uma maior atenção e o que fazer para ajudá-los nessa fase:
1. Atente-se quanto a produção dos fonemas. De um ano e seis meses até os sete anos de idade há o aumento gradativo do inventário fonético. Com aproximadamente 3 anos e meio, a maior parte das crianças já devem ter adquirido grande parte dos fonemas em posição inicial e final nas palavras e com sete anos espera-se que não haja mais erros;
2. Observe se há trocas como: TeTo para palavra DeDo; Pola para Bola; Faca para Vaca, caso note trocas deste tipo, procure uma avaliação fonoaudiológica, pois são processos fonológicos do tipo ensurdecimento e que não fazem parte do desenvolvimento;
3. Observe se seu filho ouve bem: procure falar “baixinho”, de diferentes lados e de diferentes distâncias. Crianças com históricos de otites de repetição podem perder a percepção de alguns sons, o que levaria a produção “errada” de alguns fonemas;
4. Consulte um médico otorrinolaringologista para avaliar possíveis infecções de vias aéreas superiores (sinusites, problemas de adenoide, asma, alergias e etc). Estudos mostram que há relação entre essas infecções e o distúrbio fonológico;
5. Não fale com seu filho de forma infantilizada, não use diminutivos;
6. Não corrija a criança que fala com trocas ou omite sons, não a force a pronunciar os fonemas corretamente, opte por dar o modelo correto. Por exemplo, se a criança disser:
– Telú ába (quero água)
Os pais podem responder:
– Ah… você quer água filho?
7. Incentive o desenvolvimento de linguagem e o aumento do repertório fonético contando estórias cada vez mais longas, conversando sobre diferentes temas e falando sobre as atividades do dia.
Kerli Saori Ueda | Fonoaudióliga – Crfa 14917/SP
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