Mamis, mais uma vez, em meio à tantas informações que encontramos por aí, pedimos para a Pediatra e Neonatologista Dra. Monique Catache escrever um texto para nos ajudar. Neste post ela explica diversos pontos, agora sobre o Sarampo (ela já fez um post aqui sobre a Febre Amarela, para quem quiser ler).
A Doença
O sarampo é uma doença viral com grande contagiosidade. O contágio ocorre por contato direto com gotículas infecciosas ou por via aérea quando uma pessoa infectada respira, tosse ou espirra. Uma pessoa infectada transmite a doença desde 5 dias antes até 5 dias depois do aparecimento das lesões de pele.
A doença é caracterizada, inicialmente, por febre, tosse, coriza e conjuntivite. Após 3 a 5 dias aparecem as lesões de pele, que começam a aparecer na região atrás das orelhas e progridem para o restante do corpo. As lesões desaparecem após 5-6 dias.
Os grupos de maior risco para complicações são menores de 5 anos, maiores de 20 anos, gestantes e pacientes imunossuprimidos.
As complicações
As complicações mais comuns do sarampo são otites, pneumonias, diarreia. Uma das complicações mais graves da doença é a encefalite aguda (1 caso a cada 1000 casos de sarampo), que costuma provocar lesões cerebrais graves e definitivas.
O sarampo pode levar à morte por causas respiratórias ou neurológicas (1 criança a cada 1000 acometidas).
Não existe tratamento especifico do sarampo. O uso de vitamina A em pacientes com a doença diminui as taxas de morbimortalidade. O tratamento consiste de suporte geral e uso de antibióticos nas complicações.
O Sarampo no Mundo
O sarampo permanece como uma doença endêmica em diversos continentes, ou seja, com casos isolados da doença. No entanto, a Europa há algum tempo já enfrenta surtos da doença por diminuição da cobertura vacinal. As Américas tinham sido consideradas livres do sarampo em 2016. Já a Venezuela enfrenta surtos da doença da doença desde 2017 e o surto migratório faz com que a doença se difunda para outras regiões da América.
O Brasil apresenta surtos de sarampo desde fevereiro. Os estados de Roraima e Amazonas representam a maioria dos casos da doença. O tipo de vírus responsável por esses casos é o mesmo da Venezuela.
Vacinação
A vacinação com 2 doses da vacina tríplice viral, procurando alcançar 95% de cobertura vacinal na população, é a melhor forma de prevenção da doença.
A OMS e OPAS consideram vacinados os indivíduos:
– 12 meses a 29 anos que comprovem 2 doses da vacina tríplice viral;
– 30 – 49 anos que comprovem 1 dose da tríplice viral;
– profissionais da saúde que tenham 2 doses da vacina em qualquer idade.
Recomenda-se vacinar profissionais da saúde, profissionais do setor de turismo, funcionários de companhias aéreas, transporte rodoviário, motoristas de taxi, funcionários de hotéis e restaurantes, delegações esportivas, outros que mantenham contato com viajantes e professores.
Menores de seis meses, que vão viajar para áreas de risco, devem receber uma dose da vacina 2 semanas antes de viajarem.
Pessoas que já tiveram a doença não precisam ser vacinados.
Dra. Monique Catache | Pediatra – Neonatologista – Mestre em Pediatria pela Faculdade de Medicina da USP
Consultório em Higienópolis – Tel.: 3826-0933