Por vezes, ao perguntar a pacientes sobre o hábito de comer açúcar e doces, recebo como resposta: “como apenas mascavo”, ou demerara ou orgânico, como se isso fosse, de alguma forma, mais saudável. A diferença real, no entanto é mínima.
Por mais que alguns açúcares sofram menos refinamento que outros e possam conter mais minerais, a quantidade absoluta de açúcar puro que consumimos (baixa) não permite que esses minerais a mais façam qualquer diferença em saúde.
Em termos calóricos também, não há qualquer diferença e mesmo que algum possa ser mais doce e, portanto, necessitar doses menores, ainda assim a diferença é mínima. Além disso, a própria ideia de que um tipo de açúcar pode ser mais saudável, ou que “engorda menos” pode levar a um consumo mais liberado, aumentando a quantidade total consumida e, portanto, um efeito contrário ao desejado.
Reduzir consumo de açúcar livre é fundamental para reduzir o aporte calórico, já que é um ingrediente calórico e com pouco poder de saciedade. Trocar por adoçantes não calóricos (embora haja críticas a eles devido a alguns estudos mecanísticos, as evidências de malefícios são ainda muito controversas e há estudos que demonstram q a troca de açúcar por adoçante melhora indicadores de saúde no curto e médio prazo) ou buscar não adoçar líquidos sempre serão opção melhor.
Lembre-se também que quanto mais doce consome, mais vontade de consumir você tem, criando um circulo vicioso difícil de sair. Trocar um açúcar por outro é trocar seis por meia dúzia. Sem efeitos benéficos claros e ainda com o risco de você se enganar achando q está tomando a decisão correta.
Dr. Bruno Halpern | CRM-SP 124905 Endocrinologista RQE55372 Doutor em Medicina USP, vice-pres World Obesity Federation pela Am.Sul, diretor comunicação social SBEM