O processo solitário do divórcio, principalmente pra mulher! Quando uma mulher decide se separar, seja por qual motivo for, ela enfrenta primeiramente, sua própria consciência carregada de conceitos e pré conceitos históricos.

Ela se pergunta mil e uma vezes, por anos, às vezes, se ela vai saber viver fora do casamento. Também se questiona se sabe de novo ser uma mulher solteira, ou melhor, sozinha. Ela teme pela instabilidade, especialmente dos filhos. Além disso,  teme não reconhecer o homem com quem se casou e ter nele um inimigo a partir do momento em que o comunica de sua decisão.

Mas, o que ela nem imagina é que o primeiro grande impacto negativo virá de pessoas mais próximas.

Como a mulher é vista no processo solitário do divórcio

Muitas vezes, a família a questiona do porquê da decisão e ressalta quase que sempre as qualidades daquele marido. E quando ele tem fama de bom, bom marido (e pode ser verdade ou não) outras mulheres, próximas ao ex casal, surpreendentemente se sensibilizam com a dor daquele ser “abandonado” e passam a olhar praquela que decidiu se divorciar como uma tirana, cruel e vil.

Outras vezes, não se conformam e comentam levianamente mas constantemente o fato de ele (o deixado) ter dividido tudo certinho (como se não fosse obrigação) e quanto ela (a cruela) saiu bem, afinal de contas, ex mulher boa, é ex mulher que sofre.

Infelizmente, o mundo não está acostumado com mulheres que não querem mais seus casamentos, até porquê elas realizaram o sonho da vida, como abandonar esse sonho agora?

A sociedade não está habituada a ver homens sofrendo por amor, só eles podem decidir quando acaba. A mulher que decide ganha a pecha de que “não nasceu pra isso” ou “não merece amor”. Ganha a fama “de que teve tudo, mas jogou fora”. Ela ganha um estigma, passa a ser olhada diferentemente.

Ninguém se conforma, embora ninguém tenha querido ouvir os motivos daquela mulher. Ela passa a ter sua vida mais observada, afinal, o que de tão grave aconteceu para que ela não quisesse mais ficar casada?

No fundo, sob esses olhares tem muito de admiração e até inveja dessa sua coragem, querida divorciada! O processo solitário do divórcio não precisa ser tão solitário assim.

Não se intimide, a força não virá de onde você mais espera. Mas, com o tempo você perceberá que ela já existia aí onde nem se imaginava, afinal, que tipo de mulher você acha que é para tomar uma decisão dessas?

O tipo corajosa, querida!

Andressa Pereira Tavares | Advogada especializada em direito da família | OAB/SP 327.047

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