Chanucá significa, literalmente, “Inauguração”. A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus “chanu” (descansaram) das batalhas no “cá” (25º dia) de Kislêv. E também que nesse dia eles “Chanu” reinauguraram o Templo após recuperarem dos gregos.
Por que comemoramos e por que oito dias?
Antiocus, rei da Síria, governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande. Pressionou os judeus a aceitarem a cultura greco-helenista, proibindo o cumprimento das mitsvot (preceitos) da Torá e forçando a prática da idolatria pagã.
Antiocus foi apoiado por milhares de soldados de seu exército. Em 165 AEC, os Macabeus, corajosos lutadores oriundos de uma família de muita fé, os Chashmonaim, apesar do antagonismo esmagador, saíram vitoriosos de uma batalha travada contra o inimigo.
O Templo Sagrado, violado pelos rituais greco-pagãos, foi novamente purificado e consagrado e a Menorá (candelabro) reacesa com o azeite puro de oliva, descoberto no Templo.
A quantidade encontrada era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um novo óleo puro pudesse ser produzido e trazido ao Templo. Em lembrança destes milagres comemoramos Chanucá durante oito dias.
Uma Lição Através da Luz
Embora Chanucá seja celebrada apenas durante oito dias no ano, a mensagem da festa e de suas luzes são válidas o ano inteiro.
Há outras luzes com importante significado no judaísmo, entre elas as luzes do candelabro que eram acesas diariamente no Templo Sagrado de Jerusalém e as luzes de Shabat, acesas no lar judaico todas as tardes, antes do pôr-do-sol de sexta-feira.
Existem diferenças fundamentais entre as luzes de Chanucá e as outras duas:
As velas de Shabat devem ser acesas antes do pôr-do-sol e as velas do Templo Sagrado eram acesas ainda cedo; as luzes de Chanucá, todavia, devem ser acesas depois do pôr-do-sol, quando já está escuro (exceto na sexta-feira, que devem ser acesas antes das velas de Shabat).
O candelabro do Templo estava dentro do Santuário. O lugar das luzes de Shabat, da mesma maneira, fica na mesa de Shabat. Porém, as luzes de Chanucá devem ser colocadas em um lugar que possam ser vistas do lado de fora.
Finalmente, as luzes do Templo e as velas de Shabat têm sempre o mesmo número, enquanto as luzes de Chanucá são acrescidas a cada dia da festa, aumentando constantemente seu número.
A lição indicada pelas luzes de Chanucá é que cada um deve iluminar, não somente o seu lar, (como faz através das velas de Shabat e do Templo), mas tem uma responsabilidade adicional de iluminar “externamente” seu ambiente social e de negócios. Além disso, quando as condições são desfavoráveis (está escuro lá fora) não é suficiente acender uma luz e apenas mantê-la, mas é necessário aumentar constantemente as luzes através de um esforço sempre crescente para propagar a luz da Torá e das mitsvot.
Uma mensagem Universal
Chanucá contém uma mensagem universal para todos os povos de todas as fés – uma mensagem de liberdade, da vitória do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas.
O símbolo da festa, um candelabro de oito braços, adquiriu significado especial para o povo judeu durante a revolta contra a coerção religiosa dos antigos gregos, aproximadamente 2.200 anos atrás.
Este candelabro, na verdade, representa muito mais do que apenas um símbolo religioso. Simboliza a liberdade de expressão e, assim, indica a diversidade e pluralismo tão importantes em nossa sociedade.
Acender candelabros gigantes em locais públicos proclama a mensagem universal da liberdade religiosa, como vem sendo feito em centenas de cidades do mundo todo.
Rabino Guershi A. Goldsztajn
guershiavi@msn.com