A palavra Ambliopia tem origem grega e é formada pela união de “Amblio”, que significa Tolo e “Ops” que significa visão, portanto sua tradução é visão boba ou tola.
Atualmente, conceitua-se a Ambliopia como a baixa de Acuidade Visual Central, ou seja, não há lesão orgânica que cause a baixa da visão, como um traumatismo ou doenças retínicas.
Estima-se que 4% da população seja acometida, e desta parcela, 50% são indivíduos estrábicos; as outras causas são distúrbios refrativos (grau de óculos não corrigido) e outras alterações como catarata congênita, blefaroptose importante (pálpebra caída), etc.
Pode se apresentar de forma bilateral, mas o que se verifica na maioria das casos é o acometimento em apenas um lado.
Esse ponto é muito importante, pois como a perda é unilateral, muitas vezes a deficiência passa despercebida. Tenho casos em que o paciente só constatou a baixa de visão ao realizar o exame para carteira de habilitação!
Como o córtex visual (área do cérebro responsável pela visão) necessita de estímulo satisfatório, principalmente nos 5 primeiros anos de vida para se desenvolver, após essa idade, temos uma má resposta ao tratamento, que vai piorando quanto mais velha for a criança. Na maioria dos casos, após os 7 anos a terapia é quase inútil. Para a prevenção e tratamento da ambliopia é recomendado que o primeiro exame oftalmológico de uma criança sem queixas seja realizado pelo menos por volta dos 3 anos de idade.
Determinar qual é o limite da normalidade é essencial para então se falar em Ambliopia . Sabe-se que no recém nascido a Acuidade Visual (visão) equivale a 20/600 e tem melhora importante por volta do 4º a 6º mês de vida, atingindo aos 5 anos de idade o valor limite de 20/20 (visão normal). Temos importante estudo publicado em revista internacional, em que observamos que a visão tem seu pico de desenvolvimento até os 36 meses de idade.
Quando a criança avaliada é pré verbal, a medida da acuidade deve ser feita por intermédio do padrão de fixação (olha apenas com um dos olhos, reage á oclusão do olho bom, estrabismo unilateral), ou quando necessário, testes psicofísicos ou eletrofisiológicos. Verifica-se qual é olho fixador, a presença ou não de alternância e ainda a fixação sob o comando do examinador.
O tratamento da Ambliopia inclui no arsenal terapêutico a boa refratometria (exame de óculos) e consequente prescrição da correção óptica. O passo seguinte é a oclusão realizada com oclusores próprios para este fim.
Dr. Fábio Ejzenbaum | Médico oftalmologista