Por que se preocupar em ser feliz? | Mamis na Madrugada

Felicidade Realista

“A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor… não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito…. “

                                                                                     Mario Quintana

Todos nós queremos ser felizes, muitas vezes o admitimos abertamente e em outras nem tanto, o que nos tornaria feliz? A realização dos nossos sonhos, o relacionamento com outros, o sucesso, o amor, sexo, espiritualidade? Queremos acreditar que nos tornariam mais felizes. E o quanto podemos ser? O quanto podemos melhorar a nossa felicidade? O que será então esta felicidade para que eu possa identificá-la, senti-la? Algo tão bom e nebuloso ao mesmo temo! O que você acha que o tornaria efetivamente mais feliz?

felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação, equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa. A felicidade tem ainda, o significado de bem-estar. O estado de felicidade sempre chamou a atenção e interesse, envolvendo diferentes abordagens da filosofia, religião e psicologia como a de Aristóteles quando escreveu sobre eudamonia ( felicidade ou plenitude), passando pela época da Grécia clássica e posteriormente Spinoza por exemplo traçando relações entre vários aspectos humanos e suas relações com o bem estar.

Encontramos raízes também no pensamento judaico-cristão, confucionismo, taoísmo,  budismo e  de outras  religiões, onde estas reflexões existenciais influenciaram formas de pensar e culturas em relação a composição da felicidade e bem estar, aplacando a angustia destas indagações humanas, até a sua forma moderna com estudos científicos, mostrando assim um eterno interesse em se entender e vivenciar a “felicidade” .

Por um longo período a maioria dos estudos do funcionamento psicológico e emocional esteve centrado no que era patológico, que trazia sofrimento e infelicidade, deixando de lado o que dava certo, aquilo que trazia efetivamente o bem estar.

 

A Felicidade aqui será abordada pela visão da Psicologia Positiva, um movimento recente na Psicologia que busca a compreensão do potencial humano, suas virtudes e aspirações realizáveis com maciça investigação científica emsaúde mental, Bem-Estar Subjetivo, Resiliência, inteligências múltiplas e emocional.

A felicidade pode ser retratada num continuum, numa escala que oscila de muito baixo a muito alto índice, todos nós nos encontramos em algum ponto deste continuum , e o que será que compõe a felicidade?

 

Será que a genética tem impacto na felicidade ?

Estudos recentes afirmam que a base genética da felicidade é forte e que cada um de nós tem um ponto decisivo e um potencial para a felicidade e que a magnitude deste potencial retorna ao seu ponto geneticamente determinado após ser submetido a mudanças significativas de vida sejam elas positivas ou negativas. Um timoneiro herdado!

Maaaaaas, não é só porque existe este ponto impactante que o nível da sua felicidade não pode ser alterado. Nossos genes não determinam nossa experiência de vida e nosso comportamento.

Você pode tornar-se mais feliz

O que é felicidade afinal?

As emoções positivas têm um papel relevante na evolução por fortalecer nossos recursos intelectuais físicos e sociais, criando poderosas reservas quando uma ameaça se apresenta. Quando estamos em um estado emocional positivo nos aproximamos mais de outros, aumentando a probabilidade de vínculos e de consolidar amizades e amores. A disposição mental é expansiva, tolerante e criativa. As pessoas felizes resistem mais a dor, aderem melhor a comportamentos saudáveis.

Estudos demonstram que a formula da felicidade é composta por:

Seu nível mais constante de Felicidade corresponde a 50% da herança Genética, 10% das suas Circunstâncias de vida a 40% as suas atitudes e ações voluntárias

Influências :

Dinheiro , mais do que ele em si, é a importancia que você dá a ele que interfere na felicidade.

Casamento pode ser uma fonte de prazer ou de aprisionamento, mas as pesquisas apontam para uma relação mais próxima com felicidade.

Boas conexões , pessoas que desenvolvem relacionamento interpessoal se mostram mais felizes.

Saúde o que define sua interferência na felicidade é a percepção subjetiva que temos do quanto somos saudáveis.

Religião, a força positiva da fé interfere na felicidade, seja por infundirem esperança e significado a vida, seja por incutir ações comunitárias solidárias de amigos.

Cultivar emoções positivas em relação ao passado, presente e futuro, muitas vezes redefinindo suas percepções e sentido de vida em cada uma destas etapas. As emoções positivas ligadas ao passado são satisfação, perdão, realização, serenidade, ao presente inclui alegria, prazer, entusiasmo e as ligadas ao futuro incluem o otimismo, esperança e confiança.

Identificar propósitos de vida: aquilo que traz um sentido a sua vida, dedicar-se a causas que vão além de si próprio.

O que atrapalha?

A rotina hedonista é uma delas, nos adaptamos facilmente às coisas boas e as vemos como naturais e assim geramos o aumento constante das expectativas.

Em especial para as mamis, ao serem questionadas sobre o que desejam para os filhos, a resposta é fácil: só quero que sejam felizes! A pressão por ser feliz não é uma condição fácil de ser definida, pode nos tornar vítimas ao invés de atores da nossa vida.

Educar os filhos é levar a sério tanto as emoções negativas quanto as positivas e mais do que corrigir suas falhas ou o que há de errado com eles, é identificar e intensificar suas forças e virtudes ajudando-os a encontrar o nicho onde podem exercitar estes traços positivos que se constituirão em proteção frente ás tempestades da vida e arcabouço do bem estar.

Rachel Zausner Skarbnik  |   Psicóloga

 

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