Para ler a coluna hoje, você deve abrir seu coração; muitas das coisas escritas aqui, irão contra princípios muito naturalizados.
O egocentrismo, a vaidade e até a maldade ganham roupagem disfarçada de altruísmo, fazer o bem ao próximo e a solidariedade.
Em nome de “fazer o bem” as pessoas são capazes de atos terríveis.
Essa época do ano, próximo ao natal, vemos muita “caridade” sendo feita. Mas ó que é caridade? Caridade é limpar o guarda-roupa e “doar” para os carentes? Caridade é querer esvaziar a brinquedoteca do seu filho e com o pretexto de ajudar as “crianças que não têm nada” o incentiva a dar os quebra- cabeças com peça faltando? A boneca sem braço? O jogo incompleto? O livro rasgado?
Caridade é levar seu filho numa instituição de criança pobre “para ele ver a realidade”. Isso é visita ao zoológico: você vê o bicho em seu habitat natural, sai de lá e vai almoçar no Mc Donalds! E ainda dorme bem achando que sua missão está cumprida.
Vejamos os termos:
Carente? Carente de que cara- pálida? Carente são os filhos que não veem seus pais. Criança pobre é criança pobre. Rico pode ser carente, esse eufemismo só atrapalha a solução.
“Crianças que não tem nada”, esse para mim é o pior! Há uma desqualificação de toda a bagagem cultural dessa família, desse contexto. A criança tem sua história, suas habilidades. Os contextos vulneráveis, muitas vezes exercitam o potencial criativo, a coordenação motora e as artes!
A caridade desempodera, enfraquece a relação porque nesse jogo quem tem, é melhor do que quem não tem! Ao pobre cabe a resignação e a humilhação. Existe a perda da possibilidade de encontro. Todos conhecemos alguém que acha que pobre não tem nada a ensinar. Que serve apenas para servir, receber migalhas e ainda ser grato! E pobre aqui pode ser qualquer um, afinal sempre tem alguém mais rico, né?
Doar aquilo que não te serve mais (com qualidade) é digno, usar isso para promover sua autoimagem de “pessoa do bem” doando cacareco é perverso.
Colabore com instituições sérias e promova a transformação social!
Vanessa concordo plenamente com o teu texto. Somos todos iguais, finitos e cada dia vejo como o mundo gira, da voltas. Tanta gente pobre, pois a única coisa que eles tem é dinheiro…
A melhor “caridade” que nada mais é do que “fazer justiça” consiste em tornar um ser dependente em independente. Eu trabalho no meu dia a dia com isso. Vale a pena!
Vanessa minha filha sensibilizou se com uma garota de 17 anos que estava grávida e vivendo nas ruas, o pai a colocou para fora de casa quando soube da gravidez, minha filha Isabelle fez uma campanha pala internet pedindo doações de enxovais para bebe, pois ela, a moça estava no sexto mês e não tinha nada, nem estava fazendo o pré-natal eu consegui com amigos todos os exames e uma amiga fez o pré-natal, conseguiu berços, carrinhos, roupas em quantidade suficiente para vários enxovais, mas a quantidade de trapos também foi imensa, e ainda assim conseguimos muita coisa que prestava depois minha filha sem que eu soubesse foi até a casa do pai dela e o convenceu a ir dar uma volta na feira para ver sua filha mesmo que de longe, e ao chegar lá ele chorou, pois quase não a conhecia, ela estava mal cuidada e maltrapilha e assim a levou de volta para casa, Isabelle chegou em casa radiante, 15 dias depois bateu em nossa porta o pai, a mãe e a filha juntos para agradecer, desde então Isabelle ajuda as pessoas sem pedir nada e sem interesse.