O desempoderamento masculino | Mamis na Madrugada

Será que é possível empoderar a mulher sem precisar desempoderar o homem? Será que ambos não podem compartilhar força, que nem uma vela pode passar a chama para outra sem diminuir a sua?

Tem um desenho que passa no Nick Jr. chamado Rainbow Rangers que me incomoda profundamente. A questão é que ele é só mais um sintoma (bem exagerado, é verdade) de um problema que já venho detectando há tempos e que está cada vez mais presente nos desenhos infantis: o enfraquecimento e muitas vezes vilanização de tudo o que é masculino.

Nesse desenho em questão, 7 meninas, cada uma representando uma cor e cada uma com um poder incrível como: força, capacidade de virar animal, visão, música, camuflagem, etc são as heroínas que tem a missão de proteger o planeta. Elas são comandadas por uma mulher mágica também.

Só existe na história 1 único personagem masculino: o vilão malvado que quer destruir o planeta.

Mesmo antigamente, quando a maioria dos desenhos tinham homens como protagonistas, as mulheres não deixavam de aparecer, como em Caverna do Dragão, Thundercats, Flashman, Power Rangers… Mas em Rainbow Rangers, os meninos não tem nem papel coadjuvante, o único que aparece é o vilão mesmo. Porque não colocar 1 único menino como também herói com poderes junto delas?

Já virou um padrão. Todos os desenhos atuais tem meninas como protagonistas e o menino como o segundo lugar, meio bobão ou otário. Exemplos: Vampirina, Nella, Sunny Day, Nancy Clancy. Mesmo os próximos filmes de superheróis da Marvel que eram algo tipicamente masculinos, foram invertidos com Thor mulher, Viúva negra, Star Wars, etc… A balança desequilibrada só mudou de lado. É como se a nova geração masculina tivesse que pagar pelos crimes que outros cometeram. Temos que tomar cuidado para que o “empoderamento feminino” não seja nada mais do que uma vingança contra meninos.

Princesas da Disney que conhecem um príncipe, casam e vivem felizes para sempre? Esquece! Nunca mais! Todas agora não precisam de nada e de ninguém, ao contrário, até caçoam da ideia de se apaixonar por um príncipe e casar. Moana, Frozen, Valente.

Na versão live-action de Alladin, o único trecho que não é original do filme é quando a Jasmine se revolta e apaga todas as figuras masculinas da sua vida, incluindo o próprio pai.

Por um lado isso é ótimo, as mulheres não tem mesmo que ter um único papel ou serem submissas ao homem, etc, mas a beleza de ver um casal se apaixonando e formando uma família não é mais um exemplo legal. Não é mais politicamente correto. Um homem ser forte, protetor e fazer algo pela mulher não é mais representado em lugar nenhum. Também é politicamente incorreto. O que isso significa para o longo prazo?

Muitos vão argumentar: “mas, antigamente os meninos eram os protagonistas e as mulheres ficavam em segundo plano”. Então a solução é inverter os papeis dessa forma? É nada mais do que “fizeram com a gente agora faremos com eles?” Meninos só podem se ver fortes em desenhos do passado? Eles tem que apagar suas características masculinas para serem bem vistos?

Por que não então colocá-los em condições de parceiros que se complementam? Por que um tem que estar acima do outro?

As maravilhosas conquistas das mulheres não deveriam significar um menosprezo aos homens. Como tudo na vida, o bom mesmo é o equilíbrio.

 

 

 

 

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