Quem daqui já ouviu falar em hipnose? E o que vem à mente quando vocês pensam nesta palavra fruto de tanta curiosidade? Aposto que alguém acabou de pensar no cara que mordeu uma cebola achando que era uma maçã, não é?!
Mas a hipnose vai muito além disso, além de sim, poder ser usada para o entretenimento, ela é uma grande aliada no tratamento de questões emocionais como (depressão, ansiedade/crises de pânico, compulsões, traumas, fobias, falta de foco e concentração, transtornos alimentares, entre tantos outros distúrbios e incômodos).
Mas afinal, o que é Hipnose?
A hipnose como ferramenta terapêutica, é apenas a indução a um estado alterado de consciência, semelhante ao de uma meditação ou relaxamento. Esse estado alterado de consciência, envolve atenção plena e focada e redução do fator crítico, ou seja, a razão, nossas resistências.
Uma vez neste estado hipnótico, o que utilizaremos com a pessoa em transe são outros conhecimentos e técnicas da psicologia e outras áreas, como por exemplo PNL, psicodrama, conceitos da própria psicologia em geral, regressão, EFT, sugestões diretas, entre tantas outras opções.
Este nome ficou tão popular que todos pensam que hipnose é o todo, mas na verdade ela se tornou um grande guarda-chuva que engloba várias atuações.
Breve história da Hipnose
Existem registros pré-históricos de conceitos e práticas semelhantes ao que se entende hoje em dia por hipnose. Mas o nome, só foi surgir pela primeira vez graças ao médico britânico James Braid, conhecido por isso, como o pai da hipnose.
O termo apareceu pela primeira vez em periódicos científicos na década de 1880, após a morte de Braid. No entanto, o fenômeno a que se refere era bem conhecido há pelo menos meio século, sob os nomes de magnetismo animal ou mesmerismo, por causa de Franz Anton Mesmer (1734-1815), um médico vienense extravagante. Seus métodos de cura teatral incluíam até mesmo o uso de uma varinha magnética, com a qual ele tocava o corpo do paciente. Mesmer acreditava que um fluido magnético invisível permeava o universo, de acordo com sua teoria, esse fluido era a causa da gravitação, do magnetismo e da eletricidade, como também tinha efeitos profundos no corpo humano. Na época, acreditava -se que o mesmerismo restaurava o desequilíbrio de fluidos magnéticos que causavam doenças nervosas, possibilitando sua cura. Em 1778, Mesmer se mudou para Paris, onde sua prática se tornou tão popular que começaram a fazer tratamentos em grupo em grande escala
Em 1784, houve uma decisão do governo de lançar uma investigação sobre a teoria e a prática do mesmerismo. Este demonstrou que os fenômenos hipnóticos dependem das crenças das pessoas sobre os procedimentos que estão sendo usados, e não sobre os procedimentos em si, portanto, o julgamento da comissão de que os efeitos do mesmerismo eram devidos à imaginação e, portanto, irreais foram concluídos. E a nova e tão promissora técnica, foi caindo em desuso e descrença.
Chegando, assim em James Braid no início do século XIX que retomou os estudos e a utilização da hipnose. As primeiras ideias de Braid sobre a neuro hipnose influenciaram bastante o famoso neurologista francês Jean Martin Charcot.
Charcot estudou pacientes que foram diagnosticados com histeria e passou a acreditar que tanto a hipnose quanto a histeria refletiam uma fraqueza neurológica. Adotou a premissa de que apenas pacientes com histeria poderiam ser hipnotizados. Sua maior influência, no entanto, foi em Sigmund Freud (1915/1961). Sua teoria diz respeito a um inconsciente dinâmico como fonte de psicopatologia, inspirada pelas demonstrações de Charcot. Mais tarde, ele rejeitou o uso terapêutico de procedimentos hipnóticos.
Milton H. Erickson (1901/1980) tornou-se um inovador clínico, altamente influente e praticante de hipnose. A onda de interesse pelas técnicas de Erickson desempenhou um papel na volta do fascínio histórico da hipnose como uma metodologia de profundas implicações para a intervenção terapêutica.
Atualmente, a hipnose ainda é assunto de muita pesquisa e continua atuando como um valioso mecanismo. Vale ressaltar que, de lá para cá, o conceito se expandiu substancialmente, tornando-se cada vez mais sofisticado e aceito nas comunidades científicas, sendo hoje muito utilizado na Medicina, Psicologia e Odontologia.
Por que a Hipnose funciona?
A hipnose é capaz de alterar a própria habilidade de percepção e tornar o indivíduo bem mais aberto a sugestões, facilitando qualquer prática que for utilizada no momento clínico. O nosso cérebro não tem a capacidade de distinguir imaginação de realidade, por tanto, no momento que algo é trabalhado em estado hipnótico, nosso cérebro processa esta informação como real e verdadeira, facilitando muito o desbloqueio de traumas, travas, crenças limitantes e a receptividade de novas sugestões necessárias.
Assim, a neuroplasticidade cerebral permite que novas conexões neurais sejam realizadas e novas programações mais positivas e saudáveis, sejam instauradas. Como se vê, trata-se de um mecanismo extremamente competente no auxílio da psicoterapia.
Uma outra prática muito comum da hipnose é o auxílio no controle da dor, sendo muito utilizada por médicos e odontologistas, como ocorria no passado, continua sendo também uma boa alternativa à anestesia.
Todas as pessoas são suscetíveis à hipnose, mas em níveis diferentes. Assim, cabe ao hipnólogo identificar o nível de suscetibilidade do paciente, escolher o método mais eficiente para o cérebro do cliente e utilizar os mecanismos certos para atingi-lo, sempre com um objetivo terapêutico. A prática se manifesta melhor quando o cérebro se dedica totalmente a uma atividade, desligando-se de todo o resto.
Todos nós vivemos momentos hipnóticos durante o nosso dia a dia, são diversos os níveis de hipnose, alguns mais e outros menos perceptíveis. Isso ocorre, por exemplo, quando ficamos muito imersos em alguma leitura ou quando nos deixamos hipnotizar por um filme. Quem já foi buscar um copo de água na cozinha e ao tocar o telefone, esqueceu o que estava indo fazer? Isso é hipnose!
E aí ficou curioso? Se quiser saber mais sobre o assunto não hesite em me contactar, estou à disposição para conversar, tirar dúvidas e o que mais aparecer!!
Juliana Goldstein | Psicóloga, Hipnóloga, Fenomenóloga e Psicodramatista.
Ótimo texto! A Juliana Goldstein é uma ótima profissional! Por isso, muitas vezes, encaminho a ela meus pacientes para psicoterapia.
É tão bom saber que temos instrumentos para nos ajudarmos, nesses momentos que nos fazem tão mal para as nossas almas!!!!!