7 Dicas | Como identificar depressão em crianças | Mamis na Madrugada
Como identificar depressão em crianças? A Depressão na Infância e Adolescência pode se apresentar de maneira bem diferente da do adulto, sendo bastante limitante, com  grave prejuízo social e escolar, daí  a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
É importante lembrar que muitos adultos deprimidos iniciaram quadros na infância, na maioria das vezes não tratados.
Existe também uma grande e importante questão em relação a tristeza e depressão.
Tristeza é algo em geral reativo, que pode passar com algo prazeroso, por exemplo viajar, e costuma ter uma duração e intensidade limitadas.
Já a depressão, é acompanhada de outros sintomas importantes além da tristeza como perda de prazer, alteração de sono, ideias pessimistas etc. e costuma cursar com duração e intensidade maiores que em quadros de tristeza. Ao contrário da tristeza não melhora com situações prazerosas e sem tratamento adequado, costuma evoluir para quadros mais arrastados e graves
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Critérios Diagnósticos
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer.
Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra condição médica.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.)
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.)
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
Existem ainda mais dois comportamentos a serem observados:
– Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).
– Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A depressão na infância e adolescência e um quadro não tão incomum e que em geral cursa com severo prejuízo acadêmico, social e funcional, podendo inclusive culminar em suicídio.
Sendo assim, é importantíssimo que esse diagnostico seja pelo menos aventado por familiares, escola e profissionais. Ou seja, por adultos que estão próximos as crianças, quando notadas as alterações de comportamento descritas acima, e que essa criança possa ser avaliada por um profissional de saúde mental, especialista nessa faixa etária.
Lembrando que quanto antes identificar depressão em crianças e tratar, melhor a evolução e menor o prejuízo para aquela criança, adolescente e familiares.

Danielle Herszenhorn Admoni | CRM SP 101404 | Psiquiatra da Infancia e Adolescencia Na Universidade Federal De Sao Paulo (Unifesp)

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