Nome aos Bois
Há coisas que não se explicam.
Quem dá nome às coisas, por exemplo? Não falo das coisas novas, inventadas, pois nestes casos seus inventores têm todo o direito de batizá-las. Pega o cara que inventou o iPod. Ele criou uma caixinha de acrílico, colocou alguns componentes eletrônicos lá dentro, e divulgou ao mundo que o maior tocador de mp3 de todos os tempos acabava de ser criado. E que se chamava iPod.
Mas e o morango? Quem foi a primeira pessoa que pegou um morango, e depois de experimentar seu sabor teve a inspiração de chamar aquilo de morango? E o cidadão que batizou a moranga? O que uma coisa tem a ver com a outra? Qualquer criança diria que a fêmea do morango é a moranga, só quem deu o nome é que não fez esta relação!
Outro nome dado à moranga é abóbora. Daí vem alguém e chama outro legume de abobrinha. Que deveria ser uma abóbora pequena, não é? Pois é…
A língua portuguesa é rica em nomes esquisitos para o mundo vegetal. Mexerica, macaxeira, carambola. Mas o campeão é o cheiro verde. Por que não audição verde? Tato verde? Conseguiram dar cor ao cheiro.
E com os bichos? Imaginem a cena: uma dupla de pesquisadores na selva que acaba de dar de cara com uma espécie até então desconhecida.
– Caro colega, que bicho é esse?
– Não sei, acho que os humanos nunca tiveram contato com essa raça antes.
– Beleza, como vamos chamá-los?
– Que tal de suricatos?
– Excelente!
E voilá, agora temos suricatos! Aposto que da mesma maneira surgiram os cavalos, os jabutis, as emas e os periquitos.